terça-feira, 15 de março de 2011

Eike planeja lançar companhia de navegação e fazer mais 2 IPOs


Empresário vai investir até US$ 40 milhões por dia para atender à demanda crescente por produtos manufaturados e commodities
O conglomerado de Eike Batista vai investir até US$ 40 milhões por dia para atender à demanda crescente por produtos manufaturados e commodities do Brasil prevista para os próximos anos. O empresário, de 54 anos, disse em entrevista ao The Wall Street Journal hoje que planeja criar uma nova empresa de navegação, comprar uma firma no setor de automação e fazer parceria com grandes indústrias globais no Brasil, entre outras iniciativas.
Os planos de Eike Batista podem ter um impacto significativo no País, que está crescendo rapidamente, mas enfrenta sérios problemas de infraestrutura. A companhia, que atua em petróleo e gás, energia elétrica, logística e imóveis, está rapidamente ampliando seus investimentos dos atuais cerca de US$ 20 milhões por dia, uma vez que a demanda por matérias-primas brasileiras - sobretudo da China - aumenta.

Uma boa parte dos investimentos da holding EBX Brasil está indo para o Porto de Açu, um imenso terminal que está sendo construído pela LLX Logística no Rio de Janeiro. Além do porto, que é projetado para acomodar os maiores navios do mundo quando começar a operar, em 2012, o complexo também incluirá uma central de energia, uma siderúrgica e uma fábrica de carros, entre outros negócios.

Eike disse que um acordo deve ser anunciado em junho ou julho com uma montadora "europeia ou japonesa" para construir uma fábrica no Porto de Açu.

"Teremos logísticas perfeitas", disse, em referência à proximidade entre o porto e as fábricas no complexo integrado. A planejada fabricante de veículos "vai economizar US$ 300 por carro feito em Açu" em comparação com a produção de carros em qualquer outra parte do Brasil, disse. Eike disse que não podia ainda anunciar o nome da montadora.

Ele também disse que planeja criar uma nova companhia de navegação para entregar produtos no exterior com o objetivo de lucrar com a demanda global por commodities e outros produtos brasileiros. Ele não quis dar detalhes.

A General Electric Co também deve operar no Porto do Açu, onde fará equipamentos para a indústria de petróleo, que está crescendo rapidamente por causa das grandes descobertas no litoral brasileiro, disse Eike. Ele acrescentou que um acordo deverá ser assinado quando o presidente norte-americano Barack Obama visitar o Brasil esta semana. Um porta-voz da GE disse que a companhia não pode comentar estes planos até depois da visita de Obama.

Eike disse que a EBX já tem uma carteira ampla de negócios. No entanto, a companhia está interessada em adquirir um fornecedor de serviços de automação no Brasil. Suas companhias gastam "muito dinheiro" com fornecedores de serviços de automação, portanto, ele acha que pode ser melhor comprar um deles, mas não deu mais detalhes.

O empresário também disse que planeja fazer ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) de duas outras unidades: a mineradora de ouro AUX e a empresa de cobre CUX. Ele não deu prazos para os IPOs, mas disse que deverão acontecer nos próximos meses. Em fevereiro, a AUX anunciou um acordo para comprar cerca de 80% da mineradora de ouro canadense Ventana Gold Corp, num acordo que projeta o valor da companhia em cerca de US$ 1,5 bilhão. A EBX e cinco de suas unidades operacionais já têm ações negociadas em bolsa.

Apesar das agressivas iniciativas de investimento, Eike afirma que suas companhias têm agora "menos de R$ 5 bilhões" (cerca de US$ 3 bilhões) em dívidas. Para investimentos futuros, tais como um de R$ 3,5 bilhões em minério de ferro anunciado em fevereiro, ele disse que o financiamento já foi fornecido por diversos bancos. "Não vamos ao mercado (da dívida)", disse.

Eike também disse que não quer permitir que outros acionistas detenham mais de 20% de qualquer de suas companhias. Alguns parceiros, como a Wuhan Iron and Steel, da China, que tem uma participação de 17% na sua MMX Mineração e Metálicos SA, estão perto desta marca, mas o executivo disse que não quer reduzir sua própria participação ao deixar que outros tenham uma fatia muito grande em seus negócios.

De olho na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Brasil, Eike também está construindo hotéis no Rio. Mas ele teme que a infraestrutura do Brasil não esteja ainda pronta para eventos tão grandes. "Eu não gosto do timing", disse. No entanto, ele disse que as companhias de construção brasileiras vão deixar a infraestrutura pronta. As informações são da Dow Jones.

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