O Porto do Açu, que fica em São João da Barra, Norte do Estado do Rio, encheu os olhos dos 51 empresários, executivos, dirigentes de Findes, Sebrae e Bandes, e administradores de Vila Velha, Cariacica e Serra que fazem um tour por alguns dos principais polos industriais e logísticos do Brasil. Além de estar a apenas 250 quilômetros de Vitória – o empreendimento de Eike Batista fica mais próximo da capital capixaba do que da capital fluminense – o complexo de R$ 4,3 bilhões surpreende pela ousadia e pela promessa de facilidades como fretes mais competitivos.
O superporto é a parte mais importante de um verdadeiro condomínio industrial que será montado a poucos quilômetros de Presidente Kennedy, ou seja, bem próximo da divisa entre Rio de Janeiro e Espírito Santo. O início da operação está previsto para o início de 2012.
É por ele que sairão as pelotas de ferro produzidas pelas quatro mineradoras que serão construídas no entorno do terminal, o aço das duas siderúrgicas que também vão se instalar por lá, além de granéis sólidos, líquidos e carga em geral de empresas menores que também poderão se estabelecer na área de 9 mil hectares do complexo ou apenas escoar suas mercadorias pelo porto.
“Além disso, teremos duas cimenteiras e uma montadora de automóveis nesta área. A estimativa é atrair R$ 65 bilhões em investimentos para a região. Mais de 50 mil postos de trabalho diretos devem ser criados”, destacou Ronaldo Zani, do comercial da LLX.
“É um grande empreendimento. Mostra a necessidade que o Espírito Santo tem de investir no setor portuário”, salientou Otto Andrade, empresário ligado ao comércio internacional, que está na comitiva.
Octaciano Neto, secretário de Desenvolvimento de Vila Velha, vai pelo mesmo caminho de exemplo a ser seguido. “Açu é um exemplo de como fazer funcionar esse sistema que envolve a retroárea de um porto. Lá haverá área para logística e para a indústria. Algo parecido nós queremos fazer em Vila Velha, com um polo logístico na rodovia Leste Oeste, e um industrial na região do Xuri. Tudo na área de influência do porto”.
Vila Velha quer criar cinco polos industriais e um logístico em 18 milhões de metros quadrados ainda livres do município (regiões do Seringal e Xuri). O projeto de lei do Executivo deve ser encaminhado ao legislativo na segunda quinzena de abril.
O repórter viajou a convite do Sincades
“É preciso pensar em para onde a cidade vai crescer”
Entre terça-feira e ontem, o grupo passou pelo superporto do Açu, pelo complexo da Petrobras em Macaé, também no Rio, e pelo polo de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Bahia. A palavra de ordem ouvida pelos membros da comitiva foi planejamento.
O conselho veio de quem tem experiência do que acontece quando o crescimento econômico chega antes do planejamento. A cidade de Macaé é o exemplo mais usado quando o assunto é a falta de estratégia para um crescimento sustentável. Francisco Navega, presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social da cidade, afirma que o petróleo não espera por nada.
“O Espírito Santo precisa de planejar. Todo mundo já sabe que há petróleo em águas capixabas e que os investimentos serão muitos. Um eixo de crescimento entre Rio e Espírito Santo está em formação. Posso dizer de cadeira que o petróleo passa por cima de tudo e não espera por nada. É preciso pensar antes para onde a cidade vai crescer, onde vai ficar a área industrial e a logística. Caso contrário, a desorganização é certa”, faz o alerta.
Helio Côrtes, secretário de Desenvolvimento Econômico de Camaçari, cidade que concentra 30% do PIB baiano, bate na mesma tecla. “É preciso dar um rumo no crescimento”.
Fonte: A Gazeta ES
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