quinta-feira, 15 de abril de 2010

EBX e estatal chinesa assinam acordo para instalação de siderúrgica


Segundo o empresário Eike Batista, a negociação ocorre há quase um ano e a ideia é que a siderúrgica entre em funcionamento em três anos
BRASÍLIA - A empresa EBX, do empresário Eike Batista, e a estatal chinesa Wuhan Iron and Steel assinaram nesta quinta-feira, 15, um acordo para instalação de uma siderúrgica no Porto de Açu, no Rio de Janeiro. Segundo Eike Batista, a negociação ocorre há quase um ano e a ideia é que a siderúrgica entre em funcionamento em três anos, com uma capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de aço.

Segundo o empresário, os investimentos serão de US$ 3,5 bilhões pela empresa chinesa e de US$ 1,5 bilhão pela EBX. A produção deve ser destinada, principalmente, ao mercado chinês. "O importante é que é o início da mudança de não só exportar minério in natura. Vamos agregar valor aos nossos produtos", afirmou o empresário.

Batista disse que devem ser produzidas chapas de aço naval inclusive para atender à necessidade no Brasil da indústria naval. Mas ele adiantou que a siderúrgica também irá produzir outros tipos de aço. "O aumento maciço da produção de aço no Brasil é para fornecer para a China. O bonito é fazer o acerto de que nem tudo exportado vai em matéria-prima", destacou Batista.

Ele disse que a ideia é que, a cada três toneladas exportadas de minério de ferro para a China, uma tonelada de aço também será embarcada para aquele país. "Existe excesso de capacidade instalada no mundo desenvolvido. Então, o difícil nesse negócio é achar consumidor e a China é o maior consumidor do mundo", disse o empresário.

Batista estima que a siderúrgica deve exportar o equivalente a US$ 5 bilhões por ano. Ele destacou que a China continua expandindo a sua produção siderúrgica e o Brasil precisa agregar valor às suas exportações. Segundo ele, o aço vale dez vezes mais que o minério de ferro. Ele informou que amanhã 65 empresas chinesas visitarão o Porto de Açu que, segundo a sua definição, é uma plataforma industrial que pode receber equipamentos importados e agregar valor no Brasil para vender no mercado brasileiro.

O empresário disse que os chineses estão transferindo a sua indústria para outros países e estão entusiasmados com o mercado brasileiro. Batista disse que, entre esses produtos que os chineses podem vender ao Brasil, estão carros elétricos e outros produtos que estão na vanguarda tecnológica.
Fonte: Estadão

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